7.4.11

Carro próprio x táxi

07/04/2011 - 07h00

Ir de táxi sai mais barato do que ter um carro em São Paulo, diz estudo

Fernando Mendonça
Do UOL Notícias
Em São Paulo


Comprar um carro ou ir de táxi? Esta é uma pergunta que pouca gente se faz antes de entrar em uma loja de automóveis. Segundo levantamento feito pelo Centro de Estudos de Finanças Pessoais e Negócios (Cefipe), quem prefere circular de táxi pela cidade pode economizar mais de R$ 1 mil por mês em relação àquele que tira da garagem o carro próprio para se deslocar. Especialmente em uma metrópole com 7 milhões de veículos e vários problemas de trânsito como São Paulo.

LEIA MAIS - O levantamento realizado pelo Cefipe considerou todos os custos que incidem sobre um carro de R$ 40 mil, desde taxas e impostos, como licenciamento e IPVA, até os gastos com manutenção e seguro, passando pelas despesas do dia a dia - combustível, lavagem e troca de óleo, entre outras.

De acordo com o Cefipe, há custos que geralmente não são levados em consideração por aqueles que elaboram uma conta rápida, de cabeça, antes de se decidir pelo carro próprio. A depreciação, por exemplo, é um deles. Dependendo do modelo ou do ano, um carro chega a perder 1% de seu valor por mês – neste caso, R$ 400.
Outro cálculo que passa longe da cabeça do candidato a um carro é o que considera a oportunidade de ganho desperdiçada se o mesmo dinheiro, em vez de empregado para comprar o automóvel, fosse investido em uma aplicação financeira. Na caderneta de poupança, a mais conservadora do mercado, R$ 40 mil devolveriam R$ 265 mensais.

Além dos R$ 665 até aqui contabilizados, o cidadão que optasse pelo táxi no lugar do carro próprio ficaria livre de multas, zona azul, estacionamentos e, no caso de uma batida no trânsito, ter de pagar a franquia do seguro. No total, segundo o levantamento, o custo mensal com carro próprio chega a R$ 1.900. Com corridas de táxi a despesa seria de aproximadamente R$ 1 mil - economia de R$ 900.
Existem outros aspectos que contam a favor do táxi em relação ao carro próprio, como a possibilidade de não precisar se preocupar com o trânsito, não perder tempo em busca de vaga para estacionar e poder falar ao celular sem receio.
O analista de sistemas Marco Aurélio Vasconcelos Brandi, 48, desfez-se do segundo carro da família e garante não ter se arrependido da decisão. Há cinco anos as chaves do único automóvel da casa ficam com sua mulher, Leila, que faz uso do carro para levar e buscar os filhos na escola, fazer compras de supermercado etc.
"Dirijo mais nos fins de semana", disse Brandi. "De segunda a sexta chamo um táxi quando preciso ou, muito de vez em quando, pego carona com a Leila."  
O estudo da Cefipe foi realizado há três anos, com o objetivo de mostrar que na maior parte das vezes ter um segundo carro na garagem não é vantajoso para as famílias se deslocarem em centros urbanos como São Paulo. Atualizados pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor – Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) , os valores devem receber acréscimo de 15%.